Se ainda houver lâmpada
para nosso nervo óptico,
que importa olhar a vida
por um olho exótico?
Ou ficamos assim,
de olhos ocos, à espera
de grande primavera?
ou de algum outro fim?
Temos os olhos ocos
como os das estátuas.
Temos os olhos loucos...
Que fazer agora?
Pedir à terra, ao menos,
que um dia nos coloque,
nas órbitas vazias,
duas rosas frias?
Cassiano Ricardo
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